A Avenida...
Na avenida
sinto o cheiro
das azáleas
misturado
com a
maresia
que me
inebria,
enquanto
ouço ao
longe
o toque
da sirene
que corre
vertiginosamente
em direcção
à vida...
Através da janela
as flores do jasmim,
brancas e lilazes,
têm a percepção
que o seu odor
entra lentamente
na minha pele
branca e sardenta
e sorriem para
mim
Na avenida
olho lentamente
para além da neblina
que a esta hora
começa a descer
e vejo
mil rostos
olhando
na direcção
do sol poente
Sigo esses
olhares:
uns tristes,
amargurados,
outros felizes,
abençoados,
com a descoberta
que afinal
nem tudo é cinzento
nem tudo é rosa
mas podem
ter
a cor
o cheiro
a beleza simples
da flor do
jasmim.