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Eternamente Menina

Eternamente Menina

11.02.05

Em palavras simples, correntes, portuguesas...


Otília Martel

...manifesto o meu repúdio por uma campanha feita por homens que deveriam estar acima de todos os outros, porque nos querem governar!

E afinal as palavras deles são iguais às minhas... banais.

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  Fotografia de Ognid - 2005

 

Fui ao encontro do amanhecer, enquanto o sol despontava suavemente.
Sorri levemente e pedi um café. Olhei o mar, dando-lhe os bons dias interiormente.
Uma voz despertou-me a atenção…

- Olá… há quanto tempo não te via menina, que fazes aqui?!

- Que é feito de ti? …

E, todas aquelas perguntas habituais (e que por vezes ficam sem resposta) num encontro entre dois colegas que se não viam há anos.

Inevitavelmente, a conversa recaiu em política.

Depois de dissecarmos os acontecimentos recentes eis que me surpreende com um... e então… continuas a escrever…ainda me lembro daquele teu “artigo”… caiu que nem bomba… sabes que o guardo religiosamente?
- Deixa-te disso, amigo…sabes quantos anos passaram? Muita coisa mudou…  (referia-me a mim…)
- Isso é o que te parece… Já viste como se digladiam? Aquele teu artigo é mais que actual… continua tudo na mesma…
- Deixemos esta conversa, sabes que já não me interesso por essas coisas. Agora a minha família está em primeiro lugar, tanta coisa se passou, aprendi a conhecer outras dores, outros pavores…vejo o mundo de uma outra forma…
- Não acredito! Tu? E as tuas convicções tão fortes? Querias salvar o mundo…
- Gostava... Mas uma andorinha não faz a primavera...
Despedi-me com um sorriso triste nos lábios e no coração.

A lembrança de um tempo em que lutava contra moinhos de vento, qual D. Quixote, perturbou-me e relembrei a história que mudou o meu dia a dia, mas que também afirmou em mim, a convicção de jamais me deixaria vencer.

 

“Era uma vez um jovem que sonhou ser rei.
E como rei, ascendeu ao trono rodeou-se da sua corte e começou a governar.
Mas não sonhou que mesmo nas cortes mais modernas, há traições, perseguições, mexericos, oportunistas, vendilhões e… tudo o mais próprio das cortes.
E como num bom reino que se preza começaram a rolar cabeças!...
Mas, voltemos à nossa corte, onde falta o sábio exemplo do rei Salomão, que ouvia pontualmente, as queixas e pretensões dos seus súbditos, julgando-os com sabedoria e tolerância “ qual Deus omnipotente, justo e misericordioso”, que distinguia o bem do mal, o justo do pecador, o verdadeiro do falso, e por tal, perdurou na História, através dos tempos. Lembrado pela sua justiça imparcial, pela sua destreza de espírito, foi herói retratado em livros e filmes nos tempos modernos.
Mas, esta sabedoria não se aprende em sonhos e, infelizmente já não existem reis como aquele, ele foi, para mal da humanidade, o último da espécie.
E então como é no nosso reino? No reino de…?
Qual Nero, que se deliciava a mandar os pobres cristãos para a arena real, no nosso reino vai-se para a nova “Torre do Tombo”.
Sim, porque agora já não se cortam cabeças, até porque, se calhar, já não existem carrascos que cumpram eficientemente o seu serviço.
Mas vontade mão deve faltar a algum pretenso “valentão”!
Agora, no nosso reino, acusa-se, julga-se, condena-se e cumpre-se prisão na Torre do Tombo, lá para os lados da (omite-se, aqui, esta parte), até que, quem sabe, haja um salvador, que nos arranque de lá.
Não sei se no sonho do nosso rei, entravam valores como competência, lealdade, honestidade, orgulho profissional, amor à profissão, vontade de trabalhar e saber, incentivar a legalidade, acabar com mexericos “emprenhadelas de ouvido”, negócios de corredor, explorar o próximo, falta de ética, “casos apadrinhados”, vinganças pessoais, etc., etc.
Algo vai mal no nosso reino.

E os súbditos já não se curvam respeitosamente à passagem do seu rei.
Será que ele acordará a tempo?!”
(Texto escrito e publicado em Março de 1992 num Jornal Local em que manifesto a minha revolta contra atitudes publicas)
(Qualquer semelhança com factos reais é... pura verdade!)

Este não é, nem nunca será, um blogue dedicado à política!

Não quero acreditar que a verdadeira face da política, seja o espectáculo,  a que todos assistimos diariamente, num confronto que nada dignifica a sociedade portuguesa!

Que os homens que se propõem governar este País, se digladiem, frente às câmaras de televisão, num jogo sujo e pobre, em que as verdadeiras necessidades do País, não são discutidas, nem aclaradas!

Haja respeito e dignidade!

Acima de tudo, para com os Portugueses!

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