Em noites longas, quando eu não consigo
descansar meu corpo, dormitando,
eu fantasio o amor, sonho contigo,
no mundo, em outro mundo, me isolando.
Em noites frias, quando eu busco abrigo
na irrealidade e, quedo meditando,
eu te imagino, terno, forte e amigo,
em convincentes sonhos me embalando.
Em plenitude eu ardo em chaga aberta,
urdindo poemas para me fatigar e
me absorvo em espiritual sensualidade.
E a pertinaz insónia me desperta,
me persuadindo, tonta, a acreditar,
o meu sonho não haver sido realidade!