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Eternamente Menina

Eternamente Menina

23.12.13

Carta ao Pai Natal


Otília Martel
 
 
 

  Escrevo-te

na penumbra de um dia cinzento

com o mar ao longe bramando

a invernia dos dias.

 

Escrevo-te

no gelo das ruas com gente;

algumas, sorridentes e felizes,  

tristes e mal amadas, muitas outras.

 

Escrevo-te

no pedido sincero do meu coração

para que olhes pelos pobres sem abrigo

pelos velhos sem carinho

pelas crianças sem pão.

 

Escrevo-te

na singeleza das minhas palavras

que são a forma de manifesto

do que vejo e sinto

na impotência de, sozinha, me sentir

David contra Golias.

 

Escrevo-te

ó aclamado Espírito do Natal

para que invertas a consciência

daqueles que, sem conta nem medida,

arruinaram vidas e mentes,

desprotegeram e manipularam tantos outros

a favor dos seus intransigentes cúmplices  

e dá-lhes a honestidade de redimirem os seus erros.

 

Escrevo-te

na confiança inabalável de que, um dia,

ouvirás o coração dos pobres

e o Mundo será melhor.

 

 (19/12/2013)

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