Gravitando
Soube de ti devagar, apenas na medida que não sabia que te aproximavas de mim
Não sabia que eras uma força que me impeliria para ti, se calhar apenas para me derrotar
Se calhar apenas para me obrigar a desistir
Era a gravidade, dizias, não a realidade, apenas a estranha vontade da vida
Era apenas a gravidade que me fazia cair, cair, sofrer
Assim sendo, *maldita gravidade que me faz lembrar-te enquanto te tento esquecer
Enquanto me tentas
Enquanto tu és mil, milhões de vezes melhor que tudo, que todas, que a própria vida
*Maldita gravidade que te transforma numa estranha gravidade que me atrai
Que me mata, mas que – estranhamente – me faz viver!
A verdade é que me manténs vivo
Nas mentiras
Nas verdades
Nas vontades
Nos momentos
Nos desejos
Tu eras, fostes e serás sempre algo de estranho na minha vida
Um momento único, eventualmente inexistente
Uma estranha gravidade que me atrai para ti
Tu que me atrais para o chão de nós
Para o medo de nada
Mas
Mesmo assim
Impossível de evitar
Sonhos
Desejos
Seja o que for
Apenas de ti
Gravito, desejo, espero,
Mas tu levas-me ao fundo
Ao chão
Se calhar ao fundo de mim
De joelhos te espero
Tu és a gravidade, a vontade, a saudade, o desejo, tudo o que me falta e me atrai
Como uma estranha gravidade
Como um estranho amor de nada
Apenas tu
Minha gravidade oblíqua
Minha saudade
Meu sonho e desejo
Peço-te: Não me mates assim,
Espera por mim
E pela outra gravidade que nos fará voar livremente pelo espaço afora
Sem destino, sem sentido e
Talvez
Sem qualquer gravidade
Sem palavras, sem voz
Sem algo que nos faça cair em qualquer lado que não seja
O abraço de nós
Texto de RSS
* Pedindo desculpa ao autor, palavra substituída do original