Carta ao Pai Natal
Escrevo-te
na penumbra de um dia cinzento
com o mar ao longe bramando
a invernia dos dias.
Escrevo-te
no gelo das ruas com gente;
algumas, sorridentes e felizes,
tristes e mal amadas, muitas outras.
Escrevo-te
no pedido sincero do meu coração
para que olhes pelos pobres sem abrigo
pelos velhos sem carinho
pelas crianças sem pão.
Escrevo-te
na singeleza das minhas palavras
que são a forma de manifesto
do que vejo e sinto
na impotência de, sozinha, me sentir
David contra Golias.
Escrevo-te
ó aclamado Espírito do Natal
para que invertas a consciência
daqueles que, sem conta nem medida,
arruinaram vidas e mentes,
desprotegeram e manipularam tantos outros
a favor dos seus intransigentes cúmplices
e dá-lhes a honestidade de redimirem os seus erros.
Escrevo-te
na confiança inabalável de que, um dia,
ouvirás o coração dos pobres
e o Mundo será melhor.
(19/12/2013)