Entre o céu e o mar
Acordei tarde com o sol entrando no quarto.
O Sting, no terraço, feliz, numa dança cabriolante, tentava apanhar um insecto que se entretinha, irritante, a segui-lo.
Apetece-me o sabor do café e corro para a cozinha. Olho através da janela: ao longe, quatro barcos navegam num manto azul da cor do céu e esperam, provavelmente, a entrada no porto mais próximo.
Sol!
Tu que abres
as portas da alma
como rio sulcando
as duras rochas da serra
seca os leitos
de terra encharcados
floresce no corpo gelado
das gentes sem abrigo
e acalenta seus dias.
E na terra fermentada
germina raízes de alimento
acalma as bravias ondas do mar
e segura nas finas redes o peixe
que o forno quente irá assar.